"Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais, pois o Reino dos céus pertence aos que se tornam semelhantes a elas". Mateus 19:14
Nesta Sexta-Feira Santa o momento de reflexão sobre a "morte" de Jesus Cristo expõe de forma clara o quanto sofreu o Salvador no mundo dos homens. O peso da cruz da humanidade pesou nas costas do Filho de Deus. A morte junto com dois ladrões condenados e o açoite dos romanos, desde os pregos nas mãos para prendê-lo à cruz, até a coroa de espinhos, são o avesso do que o Filho de Deus pregou aqui.
A morte da forma que ocorreu não era o final justo para um Ser que passou pela Terra deixando mensagens divinas, fazendo uma ponte sem precedentes com as esfera superiores, com Deus. A história de Jesus não deveria ter um final trágico, a partir do momento em que o bem é supremo, mesmo por vias que fujam ao entendimento da humanidade, inclusive no que diz respeito a tempo, embora seja da compreensão de muitos que tudo acontece dentro de um prazo determinado. No caso de Jesus, bastaram 3 dias. Ele ressuscitou no domingo de Páscoa.
Mais de 2 mil anos depois da passagem de Jesus pela Terra, o sofrimento humano persiste em várias vertentes. O drama das crianças desaparecidas é um destes pontos, deixando nos familiares que ficam, principalmente nas mães, uma eterna dúvida em relação à vida ou morte do filho sumido. Uma dor que é vivida por cada mãe a seu modo, desde questionamentos e revolta até o engajamento total, desesperado, na busca pelo filho com paradeiro ignorado, esquecendo do restante da família, inclusive de outros filhos.
Recorrer a Deus faz muitas mães tomarem caminhos que transformam a dor que estão passando em frutos. Algumas delas se tornaram ativistas da causa das crianças desaparecidas. Guardando-se as devidas proporções, esta é a verdadeira ressurreição destas guerreiras. A ação ainda fica mais valorosa, a partir do momento em que elas estão agindo independente do retorno dos filhos. Vivenciam o momento da perda, temporária ou não, lidam eternamente com a dúvida e buscam se reerguer diante do golpe mais doloroso da vida.
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