sexta-feira, 31 de julho de 2015

CRIANÇA DESAPARECIDA: ANA GABRIELA


     
   

     
          


"Segundo dados do programa SOS Crianças Desaparecidas, nos últimos 19 anos, 3.400 crianças e adolescentes  desapareceram no Rio de Janeiro. Dentro deste grupo, 85% foram localizados, mas  ainda existem 504  casos de desaparecimento, entre os quais está incluída  a  ocorrência do desaparecimento de Ana Gabriela , provável vítima de sequestro, desaparecida em fevereiro..."  






      Segundo dados do programa SOS Crianças Desaparecidas, nos últimos 19 anos, 3.400 crianças e adolescentes  desapareceram no Rio de Janeiro. Dentro deste grupo, 85% foram localizados, mas  ainda existem 504  casos de desaparecimento, entre os quais está incluída a ocorrência do desaparecimento de Ana Gabriela, provável vítima de sequestro, avistada pela última vez em fevereiro. O caso teve repercussão em todo o estado, atraindo a atenção popular. Porém a falta de resultados nas investigações geraram mais incertezas em relação ao destino da menina, aumentando a apreensão entre os familiares e os  voluntários que acompanham o desenrolar dos acontecimentos ligados a esta ocorrência de desaparecimento infantil.
      







      Ana Gabriela da Silva Vieira desapareceu no dia  01 /02/2015 em Barra do Macaé,  município de Macaé, aos 7 anos. A menina brincava na praça  Mirante dos Navegantes por volta de 17:15.  Ela estava acompanhada pela mãe e pela avó. A criança foi comprar um lanche em uma mercearia próxima e  não retornou. É certo que  Ana Gabriela não foi abordada no trajeto para a loja, pois a  garota esteve no local, muito movimentado naquela hora do dia, e comprou um salgado, segundo relatou a proprietária. As dúvidas surgem a partir do momento em que a menina deixou o estabelecimento e seguiu para a rua. As investigações estão ao encargo da 123° DP. A polícia não descarta qualquer hipótese, inclusive o envolvimento do pai de Ana Gabriela. O delegado titular Filipi Poyes declarou, no início de março, que não havia nada de novo em relação às buscas.
      






      
      
      O caso permanece sem solução, mesmo com as investigações da polícia do Rio,  as atuações de sites especializados e a movimentação de inúmeros  voluntários na internet, através das redes sociais. Até manifestações da família de Ana Gabriela já foram realizadas  nas ruas para divulgar os desaparecimentos dacriança e cobrar respostas, que até então não vieram, das autoridades competentes. Nem a exposição de fotografias da menina na mídia - a imprensa do Rio noticiou esta ocorrência via jornais, emissoras de televisão e sites -  facilitou o caminho para  um esclarecimento que levasse ao encerramento, com êxito, dos trabalhos investigativos da Polícia Civil. 



*Próxima atualização, terça-feira.


quarta-feira, 29 de julho de 2015

O CASO PEDRINHO




    
"Levando-se em conta o caso do menino Pedrinho, o espaço para a sequestradora agir foi ocasionado por um erro no sistema de segurança da maternidade. O fato chama a atenção para a responsabilidade dos hospitais, públicos ou particulares, expondo a necessidade de uma segurança mais rígida, garantindo a integridade das crianças que, naquele momento, estão sob os cuidados da instituição."


    O Brasil possui vários casos sem solução de crianças desaparecidas. Muitas ocorrências permanecem em aberto por um longo tempo. As incertezas em relação aos familiares de paradeiro ignorado, geradoras de muito sofrimento, persistem por 10, 15, 20 anos. Em determinadas situações, duram a vida inteira. Porém o passar do tempo não quer dizer que o caso siga, eternamente, no caminho das dúvidas. Algumas histórias de crianças desaparecidas chegaram  a um final feliz anos após o sumiço. O caso de Pedro Rosalino Braule Pinto , o Pedrinho, é um exemplo disto. O menino foi localizado, com vida, 16 anos após seu desaparecimento. Ele foi vítima de sequestro na maternidade. Os pais jamais desistiram de encontrá-lo.
      Em 21 de janeiro de 1986, por volta das 13 horas, no hospital Santa Lúcia, em Brasília, o recém –nascido Pedro Rosalino Braule Pinto  foi levado por uma mulher  do quarto em que estava com a mãe, Maria Auxiliadora Braule. A estranha se identificou como funcionária do local e desapareceu com a criança. Várias suspeitas foram interrogadas. As investigações chegaram a 12 meninos que poderiam ser Pedrinho. Alarme falso! As pistas reais surgiram em 2002. Uma denunciante anônima, que acionou o SOS Criança de Brasília, apontava Osvaldo Martins como Pedro Rosalino Braule Pinto. A anônima afirmou que Pedro vivia em Goiás. Ela sabia sobre a origem incerta do menino. A polícia do DF foi a Goiânia  e constatou, via fotografias e vídeos, a semelhança da criança com os pais biológicos. As investigações apuraram que Vilma Martins a mãe adotiva de Pedrinho, era a seqüestradora.  A empresária foi condenada pela subtração de Pedro e Aparecida Fernanda, outra filha fruto de sequestro, em 2003, à pena de 15 anos e 9 meses de prisão. O jovem retornou à casa dos pais – Maria Auxiliadora Braule e Jayro Tapajós - , em Brasília, tempos depois.
       Pedro superou os problemas do sequestro. Buscou ter uma vida normal. Hoje, aos 29 anos, é advogado pós-graduado em direito. Ele vive em Brasília com a mulher e o filho. O rapaz mantém contato com os pais e irmãos biológicos, compensando a ausência de muitos anos, sentida apenas pela família, a partir do momento em que o menino, vítima de sequestro, ignorava a própria história. Mesmo ciente dos fatos que o afastaram por um longo tempo de casa, ele não deixou a família adotiva para trás.  Em 2012, aos 26 anos, Pedro declarou ao Correio Braziliense que ainda mantém contato com a sequestradora Vilma Martins e com  os “irmãos” de Goiás. Disse que visitava os parentes de 2 em 2 meses. O advogado reconheceu que os pais biológicos, embora não interfiram em suas escolhas, não gostam do contato entre ele e a mãe postiça.
          A cada 11 minutos desaparece uma criança no Brasil. O mínimo descuido dos pais, por não cogitarem a hipótese dos filhos serem alvo de seqüestradores, pedófilos e maníacos assassinos, facilita as ações criminosas ligadas ao desaparecimento infantil. Levando-se em conta o caso do menino Pedrinho, o espaço para a sequestradora agir foi ocasionado por um erro no sistema de segurança da maternidade. O fato chama a atenção para a responsabilidade dos hospitais, públicos ou particulares, expondo a necessidade de uma segurança mais rígida, garantindo a integridade das crianças que, naquele momento, estão sob os cuidados da instituição. Algumas medidas estão sendo tomadas tem relação a este problema. No Rio,  o governo estadual   desenvolveu, em 2014, o projeto Novo Cidadão, que emite RG para recém-nascidos ainda na maternidade. O objetivo é localizar crianças desaparecidas e proteger os bebês de sequestros.

* Próxima atualização, sexta-feira.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O DESAPARECIMENTO INFANTIL E AS MEDIDAS PREVENTIVAS





"Vale destacar que mesmo defasadas, as estatísticas evidenciam  a necessidade de intensificar a atuação do governo  em diversos setores, visando combater o desaparecimento infantil. A tendência é que a atualização dos números revele a necessidade de uma ação ainda mais abrangente do que a projetada com base nos  dados anteriores."





        O Brasil ainda tem muito a evoluir no que diz respeito a política de prevenção contra o desaparecimento de crianças. Haja vista que no país, aproximadamente, 40.000 crianças desaparecem por ano. Vale destacar que este número é apenas uma projeção, pois as estatísticas apresentadas pelo governo federal estão desatualizadas. Portanto a quantidade de crianças e adolescentes com paradeiro ignorado pode ser ainda maior. Para evitar ocorrências futuras é necessária a aplicação de várias medidas preventivas que variam de ações básicas, realizadas pelos próprios pais ou responsáveis dentro de casa,  a atitudes mais complexas, envolvendo políticas voltadas para o contexto  social e para o setor de segurança, ficando ao encargo do governo pôr em prática estes projetos mais elaborados, através do trabalho das autoridades competentes.
      As medidas preventivas básicas, são recomendações simples que podem evitar desaparecimentos futuros de crianças. Alertar os filhos sobre o perigo de conversar com estranhos, aconselhando-os a não aceitar carona ou presentes de quem eles não conhecem é muito válido.Também é importante que a criança saiba o telefone, tendo ciência até do código de área, e o endereço de casa. Ela deve carregar no bolso dados de identificação ou uma carteira de identidade. Não deixar os filhos sozinhos em casa  e acompanhá-los enquanto brincam na rua é outro modo de reduzir as chances de contato com desconhecidos. Evitar aglomerações e andar sempre de mãos dadas com a criança  em vias públicas é mais uma ação preventiva aconselhável. Nem as navegações na internet devem escapar da observação dos adultos. Além destes cuidados, o diálogo entre o responsável e a criança é essencial. Proporciona uma abertura na relação, fortalecendo os laços de confiança entre pais e filhos.
      As políticas de prevenção ao desaparecimento infantil mais abrangentes envolvem um espaço muito maior do que o contexto familiar. Obviamente, vão contar com o auxílio da sociedade, mas a participação maior , neste contexto, cabe ao governo. O campo de ação envolve fatores distintos, mas convergentes, a partir do momento em que o desaparecimento de crianças é um dos pontos comuns entre estes elementos , sendo   uma das suas principais consequências. Estão incluídos neste conjunto  a violência doméstica, a pedofilia,  a dependência química e o tráfico de crianças, este último a principal causa de desaparecimento infantil no Brasil, tem relação direta com a venda de órgãos,  o trabalho escravo infantil, a prostituição infantil e a adoção ilegal. Os itens citados deixam mais do que evidente a necessidade de uma reação por parte do poder público. Dentro deste contexto, o governo precisa intensificar  as atuações nas áreas relacionadas ao social,  à saúde e à segurança. Assim é possível, pelo menos, reduzir os casos de desaparecimento de crianças, evitando futuras ocorrências que resultem em um final trágico.  
      As medidas preventivas são o modo mais eficaz de combater o desaparecimento infantil no Brasil e em qualquer país do mundo. Levando-se em conta o contexto nacional, é preciso ressaltar que a prevenção existe, mas é insuficiente e devido às estatísticas desatualizadas em relação ao assunto, não há um parâmetro definido a respeito da abrangência das ações que devem ser executadas. O fato expõe a falta de planejamento do poder público em todas as esferas, pois qualquer ato efetuado dentro deste cenário nebuloso não estará atingindo o problema em sua origem de forma eficaz. Será apenas um paliativo, porque terá como base  referências ultrapassadas. Vale destacar que mesmo defasadas, as estatísticas evidenciam  a necessidade de intensificar a atuação do governo  em diversos setores, visando combater o desaparecimento infantil. A tendência é que a atualização dos números revele a necessidade de uma ação ainda mais abrangente do que a projetada com base nos dados anteriores.

*Próxima atualização, quarta-feira.

sábado, 25 de julho de 2015

ALERTA AMBER / AMBER ALERT








"O Alerta Amber não foi adotado por aqui, mesmo diante dos 40.000 desaparecimentos de crianças por ano. Os apelos populares pela implantação do sistema em território brasileiro existem, principalmente, por parte das famílias de crianças e adolescentes  desaparecidos, mas os projetos não saem do papel."





     Os Estados Unidos possuem inúmeras ocorrências  de desaparecimento infantil. Vários destes casos ganharam notoriedade nacional e até mundial. Entre as crianças desaparecidas  mais citadas,  aparece Amber Hagerman. Ela tinha 9 anos de idade, quando foi sequestrada em janeiro de 1996 , no Texas. A menina, segundo o relato da única testemunha, Jim Kevil,   foi  arrastada por um homem para dentro de uma pick-up. Amber ficou desaparecida por 4 dias. As buscas chegaram ao fim, quando o corpo da criança foi encontrado, despido e com a garganta cortada, em uma vala. Um homem que passeava com o cachorro se deparou com a triste cena, a  pouco mais de 12 km do local do sequestro, e avisou às autoridades.
         A primeira reação ao crime, até hoje sem solução, foi a criação de um abaixo-assinado, ideia dos pais da vítima – Donna Whitson e Richard Hagerman - , endereçado ao legislativo do Texas, exigindo maior rigidez nas leis relacionadas à proteção de crianças. Em termos nacionais, os resultados também apareceram. O congressista Martin Frost redigiu, com a colaboração de Marc Klaas, a Lei de Proteção à Criança Amber Hagerman e o presidente Bill Clinton sancionou o projeto de criação do Cadastro Nacional de Criminosos Sexuais. Esta sanção presidencial impulsionou outro abaixo-assinado. As reivindicações deste documento apelavam por leis mais severas para os crimes sexuais. O destinatário era o então governador do Texas, George W. Bush. As movimentações continuaram. Em um simpósio de mídia em Arlington, Bruce Seybert expôs ao público os princípios do Alerta Amber, uma novidade na busca por crianças desaparecidas.
O Alerta Amber é uma rede de comunicação com base em ações entre os meios público e privado. As autoridades e os veículos de comunicação, envolvendo emissoras de rádio, televisão e internet, atuam em um processo de divulgação dos casos de crianças desaparecidas. Os espaços públicos também são utilizados. Para o Alerta Amber ser posto em prática devem  ser obedecidos alguns  critérios,variantes  de uma região para outra.  Informações como a veracidade do sequestro e o local em que ocorreu, além da descrição da criança sequestrada e as características do sequestrador são essenciais para ativar o sistema. Também são levados em conta a idade da vítima, deve ser menor de 18 anos, e o risco de morte que ela corre. Em 1997, Dallas foi a primeira cidade americana a adotar o Alerta Amber. Anos depois, já em 2002, todos os 50 estados do país já haviam abraçado o sistema.
     O Alerta Amber , devido ao êxito que tem conseguido na localização de crianças desaparecidas, – desde abril de 2015 até agora, período considerado curto, 767 crianças foram localizadas pelo Alerta Amber, segundo dados do National Center for Missing and Exploited Children -  está sendo adotado em vários países, além dos Estados Unidos. México, Holanda, Austrália, França, Canadá, Irlanda e o Reino Unido são alguns deles. O Brasil, surpreendentemente, está de fora desta lista. O Alerta Amber não foi adotado por aqui, mesmo diante dos 40.000 desaparecimentos de crianças por ano. Os apelos populares pela implantação do sistema em território brasileiro existem, principalmente, por parte das famílias de crianças e adolescentes  desaparecidos, mas os projetos não saem do papel. A lentidão, fruto da burocracia, dificulta a integração entre o público e  o privado,visando a localização de crianças com paradeiro ignorado. O fato demonstra  que o país ainda engatinha, enquanto vários outros já correm em disparada, na busca por suas crianças desaparecidas.


*Próxima atualização, segunda-feira

quinta-feira, 23 de julho de 2015

ABAIXO-ASSINADO PELOS DESAPARECIDOS

       

   

"Ciente destas dificuldades presentes no processo de localização dos desaparecidos, incluindo as crianças,  Sandra Moreno – a filha, Ana Paula Moreno, desapareceu em 2009, aos 23 anos, na cidade de São Paulo – resolveu agir . Ela está recolhendo assinaturas para levar à Câmara dos Deputados e ao Senado o abaixo-assinado do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Pela Pessoa Desaparecida no Brasil." Acesse o link abaixo!




      
      No Brasil, as prevenções necessárias em relação ao desaparecimento de crianças, abrangendo políticas de segurança e ações sociais voltadas para o meio familiar são, praticamente, nulas. Para ganhar vida estas medidas dependem de atitudes isoladas de ONGS ou de cidadãos voluntários. A assistência governamental é substituída por colaborações de civis. São atos válidos, mas insuficientes para diminuir de modo eficaz o  número de ocorrências ligadas a desaparecimentos infantis. Soma-se a este contexto a falta de estrutura no âmbito das investigações, mais uma prova do descaso dos governantes. Trata-se de um agravante. Os casos sem solução evidenciam isto.
      As delegacias especializadas são as referências para as investigações de crianças desaparecidas e desaparecidos em geral. Têm o objetivo de tornar a investigação mais específica. O problema é que muitas destas unidades policiais não focam apenas a elucidação de desaparecimentos. As funções são diversificadas. Um exemplo claro desta situação  ocorria no Rio de Janeiro. Os desparecidos ficavam a encargo da Divisão de Homicídios. O quadro mudou em setembro  de 2014. Após inúmeros apelos, a Secretaria de Segurança Pública do Estado criou a Delegacia de Descoberta de Paradeiros, conhecida como DDPA.       
      Ciente destas dificuldades presentes no processo de localização dos desaparecidos, incluindo as crianças,  Sandra Moreno – a filha, Ana Paula Moreno, desapareceu em 2009, aos 23 anos, na cidade de São Paulo – resolveu agir . Ela está recolhendo assinaturas para levar à Câmara dos Deputados e ao Senado o abaixo-assinado do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Pela Pessoa Desaparecida no Brasil. Até agora pouco mais de 17 mil pessoas aderiram à causa. São necessárias 1.404.464 assinaturas. Acesse a página e assine! Clique no link http://www.abaixoassinadobrasil.com.br/
      Entre as propostas inclusas no documento estão a divulgação dos desaparecimentos em todas as mídias – rádio, TV, internet, jornais impressos -  e em locais públicos,  obrigatoriedade de informações dos órgãos públicos às secretarias de saúde ( pacientes não identificados) , delegacias especializadas, boletins de ocorrência integrados entre os estados, cadastro de desaparecidos integrado, alerta Amber e banco de dados de DNA. Neste caso, a mudança só depende da sua assinatura.


*Próxima atualização, sábado



      

terça-feira, 21 de julho de 2015

CARLINHOS E MADELEINE MCCANN





 "É importante mencionar que, atualmente, as movimentações em torno de crianças desaparecidas não ficam restritas apenas às investigações policiais no meio físico. Há uma expansão dos trabalhos de busca, através da  divulgação e troca de informações via internet."





        Os casos de crianças desaparecidas devastam famílias em todo o mundo. Inúmeras ocorrências, inclusive com desfechos trágicos  ou até hoje sem solução, ganharam publicidade em diversos países. Charles Augustus Lindbergh  Jr, Etan Patz e Adam Walsh - Estados Unidos -, Candela Sol Rodriguez – Argentina-  e Paulette Gebara – México - são exemplos de casos notórios. Também merecem destaque o caso Carlinhos,  passagem marcante na história da crônica policial brasileira, e o caso Madeleine McCann, um  desaparecimento, ocorrido em Portugal, que causou comoção no mundo inteiro, principalmente na Europa. Ambas as ocorrências permanecem em aberto. Não foram elucidadas.
         Carlos Ramires desapareceu em 2 de agosto 1973, aos 10 anos de idade. O menino foi sequestrado dentro de casa na rua Alice, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Ele assistia à televisão com a mãe,  e mais 6 irmãos, quando um homem armado  entrou pela porta da cozinha, desligou o relógio de luz e arrebatou a   criança, deixando um bilhete no qual pedia  CR$ 100.000, 00 de resgate. O Brasil jamais viveu uma história como esta. O caso mexeu com todo o país. A imprensa acompanhou toda a investigação, inclusive o interrogatório de suspeitos. Até o pai de Carlinhos foi preso, acusado de envolvimento. Tempos depois, foi solto. Um funcionário dele, Silvio Azevedo Pereira, também foi capturado e condenado pelo crime. Após recorrer, conseguiu a absolvição. O mistério em relação ao paradeiro de Carlinhos persiste até hoje. Já apareceram 11 homens dizendo ser o menino, mas ficou provado que nenhum deles era o sequestrado.  O casamento de Maria da Conceição Ramires da Costa e de  João Mello  não resistiu. Os pais do garoto se separaram. Atualmente, a mãe do desaparecido culpa a família do ex-marido pelo sumiço de seu filho.
         A inglesa Madeleine McCann desapareceu em Portugal no dia 3 de maio de 2007. A menina de 3 anos passava férias no complexo turístico da Praia da Luz , no Algarve. Ela desapareceu do quarto de hotel em que estava sozinha com os irmãos gêmeos de 2 anos. Kate e Greg MacCann, pais da menina, ao retornarem do jantar,  encontraram a cama da criança vazia. O desaparecimento foi comunicado às autoridades imediatamente. A notícia já estava sendo divulgada na internet horas depois do sumiço de Maddie. Porém a lentidão da polícia portuguesa, acreditava que a menina havia deixado o quarto por conta própria,  retardou as investigações. Meses depois, policiais portugueses concluíram que os pais eram culpados pelo desaparecimento da filha, versão negada pela família McCann.  O caso repercutiu em todo o mundo. Ganhou muita força na Europa. Até famosos apelaram pelo retorno de Madeleine. As investigações, encerradas em Portugal no ano de 2008 , foram reiniciadas pela Scotland Yard em 2013.Os resultados foram a divulgação de dois retratos falados de suspeitos do sequestro. Neste mesmo ano,  o MP de Portugal decidiu  reabrir  o caso. Até então, não há notícias de Madeleine.
       A esperança é a última que morre. Por isto é o alicerce que mantém as famílias das crianças desparecidas em pé! O passar do tempo pode ter um significado que vá além do aumento da distância em relação ao ente querido de paradeiro ignorado. Os dias vindouros podem ser vistos como mais uma perspectiva de obter respostas, notícias ou novas pistas.  É importante mencionar que, atualmente, as movimentações em torno de crianças desaparecidas não ficam restritas apenas às investigações policiais no meio físico. Há uma expansão dos trabalhos de busca, através da  divulgação e troca de informações via internet. As possibilidades de contatos se multiplicam, alcançam o mundo todo,  por meio da participação ativa dos sites especializados e dos voluntários envolvidos com a causa. O panorama é cada vez mais favorável à solução dos casos de desaparecimento infantil, embora os recursos modernos adotados no processo investigativo não anulem por completo as dificuldades da situação.


*Próxima atualização, quinta-feira.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

AS CRIANÇAS DESAPARECIDAS E A TECNOLOGIA DA PROGRESSÃO DE IDADE DIGITAL



      









"A imagem final não expõe a aparência exata da criança tempos depois de seu desaparecimento. Trata-se de uma projeção que busca  chegar o mais próximo possível do real."     






        Os especialistas em investigações de crianças desparecidas afirmam que as primeiras horas após o desaparecimento são vitais para o êxito nas buscas. Os sites especializados também seguem esta mesma linha de raciocínio e defendem  que as ocorrências mais recentes apresentam maiores chances de um final feliz. Porém os casos mais antigos não são descartados. O empenho para localizar as crianças é contínuo. A prova disto é a utilização dos programas de progressão de idade digital. São uma tecnologia aliada dos investigadores, das famílias e dos voluntários envolvidos com a causa das crianças desaparecidas e dos desaparecidos em geral.
      No Brasil, vários estados estão adotando o recurso da progressão de idade digital. Brasília, Rio, São Paulo, Paraná e Santa Catarina são alguns deles. Os parâmetros adotados em território nacional  para o início dos trabalhos , que são baseados em composições fotográficas, foram as técnicas de procedimento do  National Center for Missing and Exploited Children, instituição referência mundial no combate ao desaparecimento de crianças, localizada em Virginia, nos Estados Unidos. Somados  à ferramenta tecnológica estrangeira, vieram o empenho e a habilidade dos profissionais brasileiros da área, merecendo destaque os papiloscopistas.
      Os papiloscopistas realizam, entre várias outra funções, a progressão de idade digital com o objetivo de ajudar no trabalho das delegacias especializadas.  Estes profissionais "envelhecem" as fotos de crianças desaparecidas, baseados em informações colhidas junto às famílias. Hábitos alimentares, perfil psicológico,  costumes em geral, inclusive os aspectos culturais, e a   geografia da região da ocorrência são levados em conta. Nenhum detalhe é descartado.  Fotos de parentes , quando tinham a mesma idade do desparecido e até parâmetros científicos da face deste ajudam na conclusão satisfatória do trabalho. A imagem final não expõe a aparência exata da criança tempos depois de seu desaparecimento. Trata-se de uma projeção que busca chegar o mais próximo possível do real.     


       Vale ressaltar que a progressão de idade digital, devido às constantes transformações ocorridas na fisionomia dos desaparecidos, principalmente crianças, deve ser atualizada. A delegada Ana Cláudia Machado, chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas da Polícia Civil do Paraná  - SICRIDE - em 2011,  alertou  que as  fotos devem passar pelo processo de progressão de idade a cada 8 anos. Segundo ela, neste período ocorrem as modificações faciais mais significativas.



*Próxima atualização, terça-feira

quarta-feira, 15 de julho de 2015

O QUE FAZER EM CASO DE DESAPARECIMENTO

  











“A Lei da Busca Imediata – Lei 11259/05 -  é mais uma medida que impulsiona os trabalhos de localização. Ela determina o início imediato das investigações em caso de desaparecimento de crianças e adolescentes. Não é preciso aguardar 24 horas para fazer o Boletim de Ocorrência, como acontecia anteriormente. Era uma verdadeira tortura, levando-se em conta as circunstâncias de forte abalo emocional. Hoje, basta o responsável pela criança desaparecida notificar as autoridades competentes para as atitudes em relação ao caso serem tomadas.”



                 Quando um familiar desaparece, a primeira medida a ser tomada é fazer um Boletim de Ocorrência  em uma delegacia. Através deste procedimento as chances de êxito na localização do desaparecido aumentam significativamente. Neste contexto, urge agilizar qualquer tipo de atitude que viabilize a resolução do problema rapidamente. Em seguida o desaparecido deve ser cadastrado em sites especializados.  A foto contendo dados como nome, idade, local e data do desaparecimento, telefones para contato e número do Boletim de Ocorrência  são indispensáveis. Esta ação vai possibilitar a divulgação das fotos na internet, através de voluntários atuantes nas diversas redes sociais. O fato deixa evidente que além da ação das autoridades competentes, também são necessários ao trabalho de localização dos desaparecidos a solidariedade e comprometimento de terceiros. O lado humano, diante do drama das famílias envolvidas, é a prioridade!
        A preocupação aumenta, quando o fantasma do desaparecimento chega às  crianças.  A fragilidade e a  dependência das vítimas, em alguns casos são recém–nascidos, acentuam a  apreensão dos familiares. Além disto, os números também são alarmantes. Estima-se que 40.000 crianças e adolescentes desaparecem por ano no Brasil. Deste grupo 10 % a 15% não retornam ao lar. Constatada a gravidade da situação, o governo brasileiro criou, através da Lei 12127/09  o Cadastro de Crianças e Adolescentes Desaparecidos. O projeto foi posto em prática, em 2010, pelo Ministério da Justiça e pela secretaria de direitos Humanos da Presidência da República, contando com o apoio da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidas (REDESAP). O resultado é o site  www.desaparecidos.gov.br. A página, até então, possui o registro de 369 casos de desaparecimento, ocorridos em 20 estados do Brasil. É uma quantidade pequena diante das mais de 40.000 crianças que desaparecem anualmente no país.
               A Lei da Busca Imediata – Lei 11259/05 -  é mais uma medida que impulsiona os trabalhos de localização. Ela determina o início imediato das investigações em caso de desaparecimento de crianças e adolescentes. Não é preciso aguardar 24 horas para fazer o Boletim de Ocorrência, como acontecia anteriormente. Era uma verdadeira tortura, levando-se em conta as circunstâncias de forte abalo emocional. Hoje, basta o responsável pela criança desaparecida notificar as autoridades competentes para as atitudes em relação ao caso serem tomadas. A comunicação com portos areoportos, Polícia Rodoviária e até empresas de transporte interestaduais e internacionais está entre as medidas de praxe para este tipo de situação. São trâmites básicos, componentes de uma linha de investigação geral, embora cada caso tenha a sua particularidade, que busca elucidar os fatos com rapidez. Vale lembrar que as primeiras horas depois do desaparecimento  são muito importantes, pois os rastros deixados ainda estão evidentes.
          As medidas preventivas são a principal maneira de evitar o pior. O problema deve ser atingido em suas principais causas. Como diz o ditado: É melhor prevenir do que remediar! Os motivos de desaparecimentos infantis são variados. Isto deixa claro que  a política de prevenção a respeito do assunto deve ser voltada para áreas diversificadas, como a segurança e  o meio familiar, priorizando o social, a partir do momento em os maus tratos domésticos figuram entre os motivos de desaparecimento infantil. A pedofilia, a dependência química e o tráfico de crianças também estão incluídos neste contexto.  Este último, executado por quadrilhas de sequestradores que atuam no Brasil e no exterior, merece destaque. É considerado a maior razão para o desaparecimento de crianças. É ligado a praticas desumanas como a venda de órgãos,  o trabalho escravo infantil, a prostituição infantil e a adoção ilegal. 



*Próxima atualização, sexta-feira