sexta-feira, 17 de julho de 2015

AS CRIANÇAS DESAPARECIDAS E A TECNOLOGIA DA PROGRESSÃO DE IDADE DIGITAL



      









"A imagem final não expõe a aparência exata da criança tempos depois de seu desaparecimento. Trata-se de uma projeção que busca  chegar o mais próximo possível do real."     






        Os especialistas em investigações de crianças desparecidas afirmam que as primeiras horas após o desaparecimento são vitais para o êxito nas buscas. Os sites especializados também seguem esta mesma linha de raciocínio e defendem  que as ocorrências mais recentes apresentam maiores chances de um final feliz. Porém os casos mais antigos não são descartados. O empenho para localizar as crianças é contínuo. A prova disto é a utilização dos programas de progressão de idade digital. São uma tecnologia aliada dos investigadores, das famílias e dos voluntários envolvidos com a causa das crianças desaparecidas e dos desaparecidos em geral.
      No Brasil, vários estados estão adotando o recurso da progressão de idade digital. Brasília, Rio, São Paulo, Paraná e Santa Catarina são alguns deles. Os parâmetros adotados em território nacional  para o início dos trabalhos , que são baseados em composições fotográficas, foram as técnicas de procedimento do  National Center for Missing and Exploited Children, instituição referência mundial no combate ao desaparecimento de crianças, localizada em Virginia, nos Estados Unidos. Somados  à ferramenta tecnológica estrangeira, vieram o empenho e a habilidade dos profissionais brasileiros da área, merecendo destaque os papiloscopistas.
      Os papiloscopistas realizam, entre várias outra funções, a progressão de idade digital com o objetivo de ajudar no trabalho das delegacias especializadas.  Estes profissionais "envelhecem" as fotos de crianças desaparecidas, baseados em informações colhidas junto às famílias. Hábitos alimentares, perfil psicológico,  costumes em geral, inclusive os aspectos culturais, e a   geografia da região da ocorrência são levados em conta. Nenhum detalhe é descartado.  Fotos de parentes , quando tinham a mesma idade do desparecido e até parâmetros científicos da face deste ajudam na conclusão satisfatória do trabalho. A imagem final não expõe a aparência exata da criança tempos depois de seu desaparecimento. Trata-se de uma projeção que busca chegar o mais próximo possível do real.     


       Vale ressaltar que a progressão de idade digital, devido às constantes transformações ocorridas na fisionomia dos desaparecidos, principalmente crianças, deve ser atualizada. A delegada Ana Cláudia Machado, chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas da Polícia Civil do Paraná  - SICRIDE - em 2011,  alertou  que as  fotos devem passar pelo processo de progressão de idade a cada 8 anos. Segundo ela, neste período ocorrem as modificações faciais mais significativas.



*Próxima atualização, terça-feira

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