sexta-feira, 28 de agosto de 2015

CASO EMILLY FERRARI




   


    Emilly Ketlen Ferrari Campos desapareceu aos 7 anos em Rio Pardo, Minas Gerais, no dia 4 de maio de 2013. Ela brincava na porta de casa quando sumiu. Ninguém viu o que aconteceu. A criança “evaporou”, levando embaixo do braço uma bonequinha, sem deixar pistas. 
















      Emilly Ketlen Ferrari Campos desapareceu aos 7 anos em Rio Pardo, Minas Gerais, no dia 4 de maio de 2013. Ela brincava na porta de casa quando sumiu. Ninguém viu o que aconteceu. A criança “evaporou”, levando embaixo do braço uma bonequinha, sem deixar pistas. As investigações da polícia não trouxeram respostas. Nem a chegada de policiais da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida (DRPD), de Belo Horizonte , ajudou a elucidar o mistério. O caso, considerado pela polícia uma prioridade, envolvia uma criança de 7 anos, era classificado pelos investigadores como atípico para uma cidade de pequeno porte como Rio Pardo.












     O desaparecimento da pequena Emilly mobilizou familiares, amigos e a sociedade em geral. Movimentos pela volta da menina ao lar surgiram nas redes sociais e nos sites especializados em pessoas desaparecidas. Cartazes com fotos da criança tomaram a rede mundial dos computadores e uma manifestação, realizada no dia 15 de março de 2013,  parou a cidade de Rio Pardo, até o comércio fechou, contando com a participação de mais de mil pessoas, que apelavam pelo retorno da menor aos braços da mãe. Infelizmente, o ato foi em vão. Emilly não apareceu. Nem uma recompensa de R$ 5 mil oferecida pela família da garota e outra de R$ 50 mil, oferecida por um empresário , caso alguém desse alguma informação sobre o paradeiro da criança,  trouxe novidades.






     Em julho de 2013, os rumos da investigação do caso Emilly foram discutidos em uma audiência pública.  O evento foi organizado, em Rio Pardo, pelas Comissões de Segurança Pública e de Direitos Humanos da Assembléia de Minas Gerais. A reunião foi um pedido dos cidadãos locais, que clamavam por uma resposta em relação ao paradeiro da menina desaparecida.  Uma das participantes foi a então delegada titular do caso. A Dra. Cristina Coeli Maçon descartou as suspeitas sobre um possível envolvimento do pai de Emilly no sequestro da filha. Foi comprovado que no horário do desaparecimento, o corretor  Leandro Campos estava em Taboeiras. Ela também destacou o surgimento de uma nova linha de investigação, mas não quis dar maiores detalhes. Vale destacar que, aproximadamente, 50 pessoas foram ouvidas no inquérito.
















      Hoje, 2 anos após o desaparecimento, a família busca chamar a atenção para a ausência da menina, através de ações nas redes sociais. A página "Unidos por Emilly Ferrari Campos" publica fotos da criança, foca o desaparecimento infantil e divulga eventos relacionados ao assunto. A polícia continua as investigações, mas não tem pistas. O delegado regional de Montes Claros, Giovani Siervi, está à frente do caso. Através de assessores, ele informou que a Polícia Federal e a Interpol estão auxiliando nos trabalhos investigativos, verificando fronteiras. O sistema da Polícia Civil também está sendo checado. A elucidação do caso parece distante. Por isto,  mãe da criança, Tatiane Gomes, pede ajuda ao povo. Ela disse ao G1: Fica parecendo que é um caso sem solução, depende da população para me ajudar. É um mundo tão grande.”      







Próxima atualização, terça-feira.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O AUXÍLIO PSICOLÓGICO AOS FAMILIARES DE CRIANÇAS DESAPARECIDAS

      



O direcionamento de um indivíduo desorientado, devido ao desaparecimento de um ente querido,  a um espaço capaz de oferecer um atendimento psicológico padrão para este tipo de acontecimento já deveria ter sido introduzido como um procedimento normal nas delegacias.





      O fato de ter um familiar desaparecido, principalmente quando se trata de uma criança, um filho, é uma situação atípica que traz como consequências abalos psicológicos capazes de deixar sequelas, praticamente, irreversíveis, como uma depressão profunda, por exemplo. O quadro adverso afeta o relacionamento familiar e pode impulsionar conflitos, chegando ao extremo de causar separações. A falta de estrutura do Estado para lidar com este tipo de situação, torna o cenário ainda pior. Infelizmente, não há um atendimento voltado para o contexto psicológico na maioria das delegacias do país. Esta carência é logo percebida, quando o familiar de algum desaparecido vai registrar a ocorrência em uma unidade policial. Não há o encaminhamento da pessoa que sofre com o desaparecimento de um ente querido, a um local especializado neste tipo de tratamento.
      


    
     O direcionamento de um indivíduo desorientado, devido ao desaparecimento de um ente querido,  a um espaço capaz de oferecer um atendimento psicológico padrão para este tipo de acontecimento já deveria ter sido introduzido como um procedimento normal nas delegacias. Esta necessidade já foi identificada em alguns estados. Por isto, determinadas instituições, inclusive delegacias especializadas em desaparecimentos, como a Delegacia de Descoberta de Paradeiros – DDPA -,  no Rio de Janeiro, e a ONG Mães da Sé, em São Paulo,  já trabalham com psicólogos junto as suas respectivas equipes, visando amenizar o sofrimento e restabelecer, dentro do possível, o equilíbrio de quem se encontra envolvido em uma situação imprevista, na qual imperam as incertezas.
     




      Na DDPA do Rio, o trabalho envolvendo a assistência psicológica, um pioneirismo na cidade, é desenvolvido em conjunto com a Secretaria de Estado e Assistência Social e Direitos Humanos. Foca os parentes de  pessoas desaparecidas não só no contexto psicológico, como também no contexto social.  O objetivo é pôr em prática várias ações que ofereçam amparo aos familiares de desaparecidos, ainda mais quando o desaparecimento envolve crianças. Neste caso a situação fica ainda mais tensa. A gravidade da ocorrência é maior e isto influi, negativamente, no emocional dos familiares, a partir do momento em que a vítima é mais vulnerável em relação à investida de algum estranho, sequestrador, devido à fragilidade. 
      





     A Mães da Sé realiza as atividades de assistência psicológica aos familiares de crianças desaparecidas, através de uma parceria com a Universidade Mackenzie. Consultas gratuitas são dadas às mães e às crianças encontradas. A Dra. Cristiane Barbieri, psiquiatra, é a responsável por este trabalho. A necessidade deste tipo de auxílio também é comprovada pela declaração dada, em 2011, por Eliane Levy, então coordenadora do Departamento de Assistência Psicológica da ABCD. Ela disse: “O drama vivido por essas famílias merece um acompanhamento psicológico sistemático que tenha a finalidade de amenizar as sequelas deixadas por uma situação como essa". Segundo a especialista, a assistência psicológica deve acontecer durante o período de desaparecimento do familiar e posteriormente. Ela expôs que algumas mães não retomam a vida normal, prejudicadas, psicologicamente, pelos efeitos da experiência traumática.


*Próxima atualização, sexta-feira.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

AS MÃES DA SÉ


     




    " A ABCD tem relação direta com a Mães da Sé. Trata-se do nome oficial do grupo. Surgiu em 31 de março de 1996, buscando tomar alguma atitude que combatesse o desaparecimento infantil, através da busca de soluções para o problema, realizando um trabalho de divulgação dos casos, junto ao grande público. Uma das ações da entidade ABCD era, justamente, o encontro mensal das mães de crianças desaparecidas na Praça da Sé." 




      Todo segundo domingo de cada mês, várias mães se reúnem na Praça da Sé, centro de São Paulo, para expor à sociedade cartazes com  fotos de seus filhos desaparecidos. A interminável esperança de alguém, talvez um transeunte,  trazer uma notícia, um fato novo, sobre o filho desaparecido mantém esta ação na rua, que ao mesmo tempo é um protesto silencioso contra a ineficácia do governo, em todas as suas esferas,em relação ao desaparecimento de pessoas, levando-se em conta, principalmente, os casos que envolvem crianças. Esta manifestação foi impulsionada pela criação da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD).
     



     A ABCD tem relação direta com a Mães da Sé. Trata-se do nome oficial do grupo. Surgiu em 31 de março de 1996, buscando tomar alguma atitude que combatesse o desaparecimento infantil, através da busca de soluções para o problema, realizando um trabalho de divulgação dos casos, junto ao grande público. Uma das ações da entidade ABCD era, justamente, o encontro mensal das mães de crianças desaparecidas na Praça da Sé. Devido a estas reuniões, a ABCD também ficou conhecida como Mães da Sé. Trata-se de uma alusão às Mães da Praça de Maio, na Argentina. A iniciativa de criar a ABCD foi tomada por 2 mães de crianças desaparecidas,que sentiam na pele o sofrimento resultante das incertezas de terem seus filhos com paradeiros ignorados. Ivanise Esperidião Silva e Vera Lúcia Gonçalves, presidente e vice, respectivamente.
     










     As 2 principais dirigentes da ABCD se conheceram no Rio, em janeiro de 1996,  nos bastidores da novela global Explode Coração. Mães de crianças desaparecidas de São Paulo,  entre as quais elas estavam, haviam sido convidadas para participar das gravações, exibindo as fotos de seus filhos. Deste modo, o drama do desaparecimento infantil ganhou o horário nobre na emissora líder de audiência e trouxe bons resultados. Além de aproximar Ivanise e Vera Lúcia - 2 meses depois a ABCD seria fundada - , possibilitou o contato entre mães de crianças desaparecidas de várias partes do Brasil e tornou a causa das crianças desaparecidas conhecida em todo o país,  proporcionando o aumento significativo das chances de êxito nas buscas. A prova disto é que 113 pessoas  - crianças adolescentes e adultos -  retornaram ao lar.

     


        É importante ressaltar que a inspiração para a criação da ABCD teve como base o movimento Mães da Cinelândia, atuante no Rio de Janeiro, e o Movimento Nacional em Defesa das Crianças Desaparecidas, originário do Paraná. As ações iniciais tinham como base os procedimentos destas entidades. Com o passar do tempo a ABCD criou suas próprias atividades e expandiu seu campo de atuação. Hoje, a instituição conta com milhares de casos inscritos. Atua na assistência psicológica, social e jurídica dos associados, além de fiscalizar e apoiar as autoridades governamentais competentes na busca por desaparecidos. Também presta auxílio visando solucionar os casos, agindo até em parceria com agências de investigação particulares. Qualquer alternativa que leve à elucidação das ocorrências é válida.



*Próxima atualização, quarta-feira.

sábado, 22 de agosto de 2015

ONDE ESTÁ EMIVALDO BRAYAN?





    

"Os responsáveis pelo menor não sabem explicar o que aconteceu. Ninguém notou movimento estranho. O único detalhe que fugiu à regra foi a porta da casa semiaberta, na manhã do dia 5, segundo relatou Luiz Paulo. A normalidade aparente só foi quebrada, quando a irmã notou a ausência de Emivaldo. No quarto das crianças estava apenas a menina. A cama do garoto estava vazia."




     Emivaldo Brayan Passos da Silva, uma criança de 4 anos, desapareceu no município de Indiara / GO. O sumiço do garoto, que provavelmente foi levado enquanto dormia, ocorreu em 4 de março de 2014. Ele estava em casa acompanhado pela mãe, Silmara Borges da Silva, pela irmã, Jussiane Passos da Silva, de apenas 5 anos, e  pelo padrasto, Luiz Paulo da Costa. Os responsáveis pelo menor não sabem explicar o que aconteceu. Ninguém notou movimento estranho. O único detalhe que fugiu à regra foi a porta da casa semiaberta, na manhã do dia 5, segundo relatou Luiz Paulo. A normalidade aparente só foi quebrada, quando a irmã notou a ausência de Emivaldo. No quarto das crianças estava apenas a menina. A cama do garoto estava vazia. Os bombeiros fizeram buscas por 3 dias nas proximidades da residência da criança. Nenhum sinal dele foi encontrado.
     





      A polícia periciou a casa do desaparecido e o carro da família. Nenhum vestígio de sangue foi detectado, conforme revelou o laudo. Até cães farejadores da capital, Goiânia, foram mandados à Indiara, pois havia a hipótese da criança estar perdida em uma lavoura de soja na vizinhança. Paralelamente a estas ações, a família espalhava cartazes pela cidade. A preocupação aumentou, a partir do momento em que a possibilidade de homicídio também foi cogitada. A declaração do delegado Queops Barreto, responsável pelo caso, ao site G1 comprova isto. Ele disse: “Estamos investigando o desaparecimento, o homicídio. A polícia está atrás de informações mais concretas.”
     



      
     As investigações levaram os familiares de Emivaldo a passarem por uma avaliação psicológica. Mãe e padrasto, que também se submeteram a uma entrevista monitorada por um detector de mentiras, e avós fizeram o teste. O prosseguimento da apuração policial apontou o padrasto como o responsável pelo desaparecimento do menino. Em outubro de 2014, Luiz Paulo da Costa foi indiciado por homicídio e ocultação de cadáver. No mês seguinte, o Ministério Público pediu o arquivamento do inquérito, alegando falta de provas. O promotor Milton Marcolino justificou a atitude, declarando: “Neste caso não temos a materialidade do crime e muito menos os indícios da autoria. O corpo da criança não foi achado, muito menos vestígios ou qualquer outra prova de que esse menino tenha sido morto.” Desta forma, o caso passa a ser tratado apenas como desaparecimento.
     





     Há mais de 1 ano, o paradeiro de Emivaldo Brayan continua ignorado.Os avós maternos, Sirlene Borges e Manoel Gomes da Silva, estão revoltados com a falta de respostas. Sirlene culpa a filha, Silmara Borges, pelo desaparecimento do neto. Acusa o padrasto, Luiz Paulo, de agredir a criança e ressalta a indiferença de ambos em relação ao caso: “Eles estão sempre tranquilos, fazem churrasco, saem para passear, estão sempre felizes e sorridentes.” A declaração é rebatida pela advogada do casal. Rosângela Magalhães argumenta que a quebra de sigilo bancário, a perícia dentro de casa, a avaliação psicológica, a interpretação telefônica e o detector de mentiras não comprovaram o envolvimento de seus clientes no desaparecimento de Emivaldo.  Também citou a tristeza da mãe e do padrasto pelo sumiço da criança.

*Próxima atualização, segunda-feira

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

MENOR DESAPARECIDO NA ZONA NORTE DO RIO




"Paralelamente às investigações policiais,  familiares e  amigos de Ryan se movimentam para encontrar o menor. Uma manifestação, com panelaço, foi realizada nas ruas do Méier. Vários cartazes com fotos do garoto foram espalhados pelo bairro. Os apelos pelo retorno do menor ao lar passaram pela mídia televisiva e também chegaram à internet. O rosto do menino viralizou na grande rede." 



     

   
    O menor Ryan Lucas de Paula Pinheiro, 13 anos, está desaparecido desde o dia 7 de agosto de 2015. O menino foi visto pela última  vez nas proximidades do Colégio e Curso  GMT, no Méier, zona norte do Rio. Há rumores de que Ryan esteja no Complexo do Alemão, na casa de uma suposta namorada. Esta menina, também tem 13 anos, desmente a versão. Ela entrou em contato com  familiares do estudante e confirmou que os dois marcaram um encontro, via rede social, na Praça Vinte e Quatro de Outubro, mas o garoto não apareceu. O caso está sob os cuidados da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, DDPA. Em nota divulgada sobre a ocorrência, a polícia declarou já ter ouvido familiares do desaparecido. Também afirmou que vários agentes estão em diligência buscando encontrar o menor.
    



     Os pais de Ryan, Rafaela de Paula e Fabiano Pinheiro, estão surpresos com o desaparecimento do filho. Dizem nunca ter ouvido falar sobre a namorada do jovem. Desconheciam o relacionamento. “Ele nunca comentou isso conosco”, disse a mãe do jovem desaparecido. O casal busca mais informações sobre o filho único, conversando com colegas do garoto. A mãe, Rafaela,  descreve Ryan como uma pessoa tranquila. Ressalta o forte vínculo entre ambos e diz estar sofrendo muito diante da situação. As incertezas monopolizam o cenário. Rafaela disse ao jornal Extra: “Ele é meu único filho. Não temos como explicar a dor que estamos sentindo com tudo o que está acontecendo.”
     



      A família apelou para mais um recurso na tentativa de encontrar o paradeiro de Ryan. Entrou, em 18 de agosto,  com um pedido de quebra do sigilo telefônico do garoto, junto à Delegacia de descoberta de Paradeiros (DDPA). Trata-se de mais uma alternativa para encontrá-lo. Por meio desta medida será possível identificar as últimas chamadas recebidas pelo aparelho, além de indicar os lugares pelos quais o jovem passou, nos dias seguintes ao desaparecimento. É certo que a ciência destas informações facilitará as investigações policiais e aumentará as chances de êxito nos trabalhos que visam localizar o menino. Existe até a possibilidade de Ryan ter sido aliciado pelo tráfico do Alemão. Um mototaxista viu o desaparecido, acompanhado por um colega mais velho, seguir em direção ao Complexo do Lins.

      



     Paralelamente às investigações policiais,  familiares e  amigos de Ryan se movimentam para encontrar o menor. Uma manifestação, com panelaço, foi realizada nas ruas do Méier. Vários cartazes com fotos do garoto foram espalhados pelo bairro. Os apelos pelo retorno do menor ao lar passaram pela mídia televisiva e também chegaram à internet. O rosto do menino viralizou na grande rede. Aparece em vários sites jornalísticos, em páginas que focam pessoas desaparecidas e o desaparecimento infantil e  nas redes sociais. O movimento #TodosPeloRyanLucas já obteve várias adesões no Facebook. O espaço expõe informações sobre o caso.  Além do telefone da DDPA – (21) 2202-0338 -  , a família disponibilizou outros dois números para contato: (21)96754-0910 e (21)97119-4470.

*Próxima atualização, sábado.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

AS CRIANÇAS DO PLANALTO







 "Vários erros de investigação comprometeram o êxito do caso das crianças do Planalto. Ainda em 2012, Márcio Delgado - ele é um dos delegados que já esteve à frente das investigações – declarou que a passagem de tempo comprometeu provas importantes que seriam fundamentais para solucionar o mistério."







     O bairro do Planalto, localizado em Natal, Rio Grande do Norte, foi palco de um dos casos mais marcantes na história da crônica policial brasileira, envolvendo o desaparecimento de crianças. Vários menores foram retirados de casa, enquanto dormiam, entre os anos de 1998 e 2001. Ao todo foram cinco crianças que desapareceram. Moisés Alves da Silva – desaparecido,com apenas 1 ano, em 29 de novembro de 1998 - , Joseane Pereira dos Santos –desaparecida aos 8 anos, em 30 de janeiro de 1999 - , Yure Tomé Ribeiro –desaparecido, aos 2 anos,  em  4 de janeiro de 2000 – Gilson Lima da Silva -  desaparecido, aos 2 anos, em 9 de abril de 2000 -  e Marília Silva Gomes – desaparecida, aos 2 anos, em 21 de dezembro de 2001 -.
     


      As investigações apontam  que o tráfico de crianças foi a causa dos sequestros no bairro do Planalto.Por isto, membros da CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado, liderados pela senadora Vanessa Graziotin( PcdoB / AM), presidente da comissão,  estiveram  em Natal por 2 vezes. Em 3 de dezembro  de 2012, realizaram a segunda audiência pública na Assembleia Legislativa do estado. Familiares das crianças desaparecidas participaram do evento, assim como várias autoridades  do estado ligadas à segurança. O então secretário de segurança pública, Aldair da Rocha, estava presente. O foco era  encontrar um caminho para a elucidação dos desaparecimentos. Cobranças foram feitas à polícia local, pois não havia respostas sobre o caso, apesar da reabertura do inquérito em 2011. Outros pontos abordados foram a  inclusão da Polícia Federal nas investigações e a transferência do caso para a Delegacia de Capturas (Decap).
    







     Em março de 2014, a Igreja, impulsionada pelo tema da Campanha da Fraternidade da época – tráfico de pessoas – exigiu uma conclusão para o caso das crianças do Planalto. O desaparecimento dos menores foi lembrado em um cerimônia na Paróquia do Planalto, bairro em que ocorreram os sequestros. O encontro contou com a presença de parentes dos desparecidos. A secretária da Campanha católica no Rio Grande do Norte, Tafnes Nóbrega, declarou: “Como o tema deste ano é fraternidade e tráfico humano, a Igreja Católica está cobrando uma solução para o caso.” O apelo da instituição não adiantou. Até então, as crianças envolvidas neste mistério permanecem com os paradeiros ignorados. A única novidade em relação ao fato foi a divulgação, por parte da polícia, de uma foto atualizada da menina Joseane Pereira dos Santos.
      




      Vários erros de investigação comprometeram o êxito do caso das crianças do Planalto. Ainda em 2012, Márcio Delgado - ele é um dos delegados que já esteve à frente das investigações – declarou que a passagem de tempo comprometeu provas importantes que seriam fundamentais para solucionar o mistério. Até depoimentos foram perdidos. Muitas testemunhas morreram. Os erros cometidos no início das investigações dificultaram ainda mais  o fechamento do caso.  O policial ressaltou que um casal considerado suspeito – o americano Jefrey Allan Preuuz e a brasileira Arlete Cury Mahs -  não teve a suposta participação nos sequestros apurada. Os investigadores não trabalharam com esta possibilidade. A falta de estrutura da polícia e o descaso dos governos também foram lembrados como fatores prejudiciais ao desenvolvimento das investigações do caso,  até hoje sem solução.




*Próxima atualização, quinta-feira.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

BANCOS DE DNA E A IDENTIFICAÇÃO DE CRIANÇAS DESAPARECIDAS

     
               


"Os estudos em torno da genética evoluíram. O surgimento dos bancos de DNA foi uma das consequências deste progresso.O processo consiste no armazenamento de amostras de DNA para futuras análises, pesquisas e diagnósticos. Estas reservas genéticas são úteis a vários setores.O reconhecimento de desaparecidos, incluindo os casos de desaparecimento infantil, está entre as vertentes beneficiadas."



     O DNA – ácido desoxirribonucleico – contém moléculas que possuem  a formação genética que atua no desenvolvimento, no funcionamento e na passagem de características hereditárias de  todos os seres vivos, inclusive alguns vírus. Também  reserva os dados necessários para a formação de proteínas e ARNs. Os segmentos de DNA no qual estão contidas as informações genéticas são os gens, localizados no cromossomo. Johann Friedrich Miescher, cientista suíço,  descobriu o DNA no século XIX. A estrutura da molécula do DNA veio à tona em 7 de março 1953. O americano James Watson e o britânico Francis Crick fizeram a descoberta. O feito garantiu à dupla o  Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1962.
    Estas descobertas influenciaram, positivamente, em várias áreas entre as quais está inclusa a medicina forense. O geneticista britânico Alec Jeffreys desenvolveu, em 1984, a técnica conhecida como impressão genética ou perfil de DNA. A base do trabalho era a coleta de material genético – sêmen, saliva, pele – na cena de um crime para posterior comparação com o material genético de um suspeito.  Este procedimento foi adotado nas investigações dos assassinatos de Narborough, ocorridos em 1983 e 1986 no Reino Unido. O resultado foi a condenação de Colin Pitchfork. A impressão genética também pode ser utilizada para identificar vítimas irreconhecíveis de acidentes ou catástrofes e para a comprovação de vínculos genéticos.    
    



       Os estudos em torno da genética evoluíram. O surgimento dos bancos de DNA foi uma das consequências deste progresso.O processo consiste no armazenamento de amostras de DNA para futuras análises, pesquisas e diagnósticos. Estas reservas genéticas são úteis a vários setores.O reconhecimento de desaparecidos, incluindo os casos de desaparecimento infantil, está entre as vertentes beneficiadas. Nos Estados Unidos e na Europa os bancos de DNA e os bancos de dados são muito acionados. Em território americano, o National Missing Persons DNA Database, administrado pelo FBI, é uma referência.Na Europa, destaca-se o Programa FENIX, criado em 1999, na Espanha. É um banco de dados que contém material genético de familiares de desaparecidos. A Interpol almeja a padronização no funcionamento destes sistemas e similares. Facilitará a troca de informações entre os países.
     

      O Brasil não avançou como os Estados Unidos e alguns países europeus, levando-se em conta bancos de dados e bancos de DNA, mas busca evoluir. A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) são referências em trabalhos forenses ligados ao reconhecimento via DNA, mas não atuam somente nos casos de desaparecimento, conforme ocorre com a  Delegacia de Descoberta de Paradeiros do Rio (DDPA/RJ). A unidade policial elabora a criação de um banco de DNA exclusivo para parentes de desaparecidos. Isto já ocorre, em São Paulo, com o Projeto Caminho de Volta, ainda mais específico. Foca apenas as crianças e adolescentes desaparecidos. Um banco de dados e um banco de DNA com material genético dos familiares destes menores viabilizam o cruzamento de informações genéticas entre a criança e o provável familiar, comprovando o parentesco.

*Próxima atualização, terça-feira.



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DELEGACIA DE DESCOBERTA DE PARADEIROS / DDPA RJ


     


 "Os casos de desaparecimentos no Rio de Janeiro não estão mais ao encargo da divisão de homicídios. Desde 22 de setembro de 2014, data em que foi inaugurada,  a Delegacia de Descoberta de Paradeiros, a DDPA / RJ,  sediada na Cidade da Polícia,  no bairro do Jacarezinho, assumiu os casos de desaparecimentos na cidade. Trata-se de uma unidade especializada que trabalha 24 horas por dia, visando a localização de desaparecidos na capital fluminense."


   




           



     Os casos de desaparecimentos no Rio de Janeiro não estão mais ao encargo da divisão de homicídios. Desde 22 de setembro de 2014, data em que foi inaugurada,  a Delegacia de Descoberta de Paradeiros, a DDPA / RJ,  sediada na Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho, assumiu os casos de desaparecimentos na cidade. Trata-se de uma unidade especializada que trabalha 24 horas por dia, visando a localização de desaparecidos na capital fluminense.  Os 35 policiais componentes da equipe exercem suas atividades em 2 núcleos de investigações. Uma vertente é voltada para os casos de desaparecimentos de adultos e a  outro atua, diretamente, nas ocorrências que envolvem desaparecimentos de crianças e adolescentes.
  






  Levando-se em conta apenas os desaparecimentos de crianças e adolescentes, as estatísticas, dados provenientes da Fundação para a  Infância e Adolescência e do programa SOS Crianças desaparecidas, indicam  que, atualmente,  504 crianças e adolescentes estão desaparecidos no estado do Rio de Janeiro. Estão sob os cuidados do DDPA alguns destes  inquéritos.  Os desaparecimentos de Ingrid Vanessa Cunha Pitanga, desaparecida aos10 anos,  Thais de Lima Barros,  desaparecida aos 9 anos,  Larissa Gonçalves Santos, desaparecida aos 11 anos, e  Gisela Andrade de Jesus, desaparecida aos 8 anos,  estão sob investigação da delegacia especializada carioca.    

     


    A DDPA foi idealizada minuciosamente. A delegada titular, Ellen Souto, viajou a vários estados com o objetivo de obter uma base formadora para a delegacia. Teve como referências  estruturais e operacionais unidades policiais do Paraná, de Santa Catarina, da Bahia e de Minas Gerais e de São Paulo. As informações coletadas  proporcionaram a elaboração de um projeto moderno,capaz de suprir as carências existentes neste campo de ação da polícia. O resultado foram inovações como o banco de  DNA, o Núcleo de Envelhecimento Digital, que projeta a aparência atual de crianças desaparecidas há anos -   destacado inclusive no Facebook oficial da Polícia Federal -  e a implantação do disque desaparecidos (197). A assistência social e a assistência psicológica também estão inclusas nas novidades. São consideradas uma diferencial no atendimento da delegacia. O trabalho feito em  conjunto com a Secretaria de Estado e Assistência Social e Direitos Humanos foca amparar os parentes de  pessoas desaparecidas.

   







   A preocupação com as famílias de desaparecidos, incluindo os parentes de crianças, foi, segundo o secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrami, um dos principais motivos para a criação da DDPA. Ele declarou aos órgãos de imprensa, durante a inauguração da delegacia, que tornar os casos de desaparecimentos ocorrências de investigações mais específicas, evita o desgaste de familiares, inclusive de pessoas doentes,  que correm por conta própria delegacias e IMLs atrás de um parente.  A delegada titular, Ellen Souto, milita há 4 anos na busca por desaparecidos, também destaca a importância do lado humano dentro deste cenário de incertezas. Por isto ela afirma ter se preocupado em escolher profissionais capacitados e com sensibilidade para lidar com as pessoas que passam pelo drama de ter um ente querido com paradeiro ignorado.





*Próxima atualização, sexta-feira.