sexta-feira, 14 de agosto de 2015

BANCOS DE DNA E A IDENTIFICAÇÃO DE CRIANÇAS DESAPARECIDAS

     
               


"Os estudos em torno da genética evoluíram. O surgimento dos bancos de DNA foi uma das consequências deste progresso.O processo consiste no armazenamento de amostras de DNA para futuras análises, pesquisas e diagnósticos. Estas reservas genéticas são úteis a vários setores.O reconhecimento de desaparecidos, incluindo os casos de desaparecimento infantil, está entre as vertentes beneficiadas."



     O DNA – ácido desoxirribonucleico – contém moléculas que possuem  a formação genética que atua no desenvolvimento, no funcionamento e na passagem de características hereditárias de  todos os seres vivos, inclusive alguns vírus. Também  reserva os dados necessários para a formação de proteínas e ARNs. Os segmentos de DNA no qual estão contidas as informações genéticas são os gens, localizados no cromossomo. Johann Friedrich Miescher, cientista suíço,  descobriu o DNA no século XIX. A estrutura da molécula do DNA veio à tona em 7 de março 1953. O americano James Watson e o britânico Francis Crick fizeram a descoberta. O feito garantiu à dupla o  Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1962.
    Estas descobertas influenciaram, positivamente, em várias áreas entre as quais está inclusa a medicina forense. O geneticista britânico Alec Jeffreys desenvolveu, em 1984, a técnica conhecida como impressão genética ou perfil de DNA. A base do trabalho era a coleta de material genético – sêmen, saliva, pele – na cena de um crime para posterior comparação com o material genético de um suspeito.  Este procedimento foi adotado nas investigações dos assassinatos de Narborough, ocorridos em 1983 e 1986 no Reino Unido. O resultado foi a condenação de Colin Pitchfork. A impressão genética também pode ser utilizada para identificar vítimas irreconhecíveis de acidentes ou catástrofes e para a comprovação de vínculos genéticos.    
    



       Os estudos em torno da genética evoluíram. O surgimento dos bancos de DNA foi uma das consequências deste progresso.O processo consiste no armazenamento de amostras de DNA para futuras análises, pesquisas e diagnósticos. Estas reservas genéticas são úteis a vários setores.O reconhecimento de desaparecidos, incluindo os casos de desaparecimento infantil, está entre as vertentes beneficiadas. Nos Estados Unidos e na Europa os bancos de DNA e os bancos de dados são muito acionados. Em território americano, o National Missing Persons DNA Database, administrado pelo FBI, é uma referência.Na Europa, destaca-se o Programa FENIX, criado em 1999, na Espanha. É um banco de dados que contém material genético de familiares de desaparecidos. A Interpol almeja a padronização no funcionamento destes sistemas e similares. Facilitará a troca de informações entre os países.
     

      O Brasil não avançou como os Estados Unidos e alguns países europeus, levando-se em conta bancos de dados e bancos de DNA, mas busca evoluir. A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) são referências em trabalhos forenses ligados ao reconhecimento via DNA, mas não atuam somente nos casos de desaparecimento, conforme ocorre com a  Delegacia de Descoberta de Paradeiros do Rio (DDPA/RJ). A unidade policial elabora a criação de um banco de DNA exclusivo para parentes de desaparecidos. Isto já ocorre, em São Paulo, com o Projeto Caminho de Volta, ainda mais específico. Foca apenas as crianças e adolescentes desaparecidos. Um banco de dados e um banco de DNA com material genético dos familiares destes menores viabilizam o cruzamento de informações genéticas entre a criança e o provável familiar, comprovando o parentesco.

*Próxima atualização, terça-feira.



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