sábado, 25 de julho de 2015

ALERTA AMBER / AMBER ALERT








"O Alerta Amber não foi adotado por aqui, mesmo diante dos 40.000 desaparecimentos de crianças por ano. Os apelos populares pela implantação do sistema em território brasileiro existem, principalmente, por parte das famílias de crianças e adolescentes  desaparecidos, mas os projetos não saem do papel."





     Os Estados Unidos possuem inúmeras ocorrências  de desaparecimento infantil. Vários destes casos ganharam notoriedade nacional e até mundial. Entre as crianças desaparecidas  mais citadas,  aparece Amber Hagerman. Ela tinha 9 anos de idade, quando foi sequestrada em janeiro de 1996 , no Texas. A menina, segundo o relato da única testemunha, Jim Kevil,   foi  arrastada por um homem para dentro de uma pick-up. Amber ficou desaparecida por 4 dias. As buscas chegaram ao fim, quando o corpo da criança foi encontrado, despido e com a garganta cortada, em uma vala. Um homem que passeava com o cachorro se deparou com a triste cena, a  pouco mais de 12 km do local do sequestro, e avisou às autoridades.
         A primeira reação ao crime, até hoje sem solução, foi a criação de um abaixo-assinado, ideia dos pais da vítima – Donna Whitson e Richard Hagerman - , endereçado ao legislativo do Texas, exigindo maior rigidez nas leis relacionadas à proteção de crianças. Em termos nacionais, os resultados também apareceram. O congressista Martin Frost redigiu, com a colaboração de Marc Klaas, a Lei de Proteção à Criança Amber Hagerman e o presidente Bill Clinton sancionou o projeto de criação do Cadastro Nacional de Criminosos Sexuais. Esta sanção presidencial impulsionou outro abaixo-assinado. As reivindicações deste documento apelavam por leis mais severas para os crimes sexuais. O destinatário era o então governador do Texas, George W. Bush. As movimentações continuaram. Em um simpósio de mídia em Arlington, Bruce Seybert expôs ao público os princípios do Alerta Amber, uma novidade na busca por crianças desaparecidas.
O Alerta Amber é uma rede de comunicação com base em ações entre os meios público e privado. As autoridades e os veículos de comunicação, envolvendo emissoras de rádio, televisão e internet, atuam em um processo de divulgação dos casos de crianças desaparecidas. Os espaços públicos também são utilizados. Para o Alerta Amber ser posto em prática devem  ser obedecidos alguns  critérios,variantes  de uma região para outra.  Informações como a veracidade do sequestro e o local em que ocorreu, além da descrição da criança sequestrada e as características do sequestrador são essenciais para ativar o sistema. Também são levados em conta a idade da vítima, deve ser menor de 18 anos, e o risco de morte que ela corre. Em 1997, Dallas foi a primeira cidade americana a adotar o Alerta Amber. Anos depois, já em 2002, todos os 50 estados do país já haviam abraçado o sistema.
     O Alerta Amber , devido ao êxito que tem conseguido na localização de crianças desaparecidas, – desde abril de 2015 até agora, período considerado curto, 767 crianças foram localizadas pelo Alerta Amber, segundo dados do National Center for Missing and Exploited Children -  está sendo adotado em vários países, além dos Estados Unidos. México, Holanda, Austrália, França, Canadá, Irlanda e o Reino Unido são alguns deles. O Brasil, surpreendentemente, está de fora desta lista. O Alerta Amber não foi adotado por aqui, mesmo diante dos 40.000 desaparecimentos de crianças por ano. Os apelos populares pela implantação do sistema em território brasileiro existem, principalmente, por parte das famílias de crianças e adolescentes  desaparecidos, mas os projetos não saem do papel. A lentidão, fruto da burocracia, dificulta a integração entre o público e  o privado,visando a localização de crianças com paradeiro ignorado. O fato demonstra  que o país ainda engatinha, enquanto vários outros já correm em disparada, na busca por suas crianças desaparecidas.


*Próxima atualização, segunda-feira

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