O desaparecimento dos 3 meninos de Belford Roxo, Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique, respectivamente 8, 10 e 11 anos de idade, completará 1 mês em 27/1/2021. Até então a polícia não tem conhecimento do paradeiro das crianças. As investigações, responsabilidade da DHBF, correm em meio a vários relatos desencontrados, trotes e informações não comprovadas. Até a versão de que os garotos estão mortos chegou a familiares, porém nada foi confirmado. O dado mais concreto foi a prisão de um suspeito que possuía no celular material de pornografia com menores e tinha em casa roupas infantis sujas de sangue. A expectativa fica por conta do exame de DNA. O material genético de familiares dos menores desaparecidos foi coletado.
Este caso de Belford Roxo não é uma exceção à regra no Rio de Janeiro. Aqui no Ccdesap já foram abordadas várias ocorrências sem solução. Há crianças desaparecidas por um longo tempo. Alguns desaparecimentos já completaram mais de uma década. Outros estão próximos de completar 20 anos. Várias postagens já abordaram este tema. " CRIANÇAS DESAPARECIDAS: MENINAS DO RIO" e "SEQUESTROS EM SÉRIE NO RIO" , ambas publicadas em 2015, são exemplos. Os questionamentos permanecem, principalmente, em relação ao estado em que se encontram as crianças, hoje adultas, no que diz respeito à integridade física. A dúvida de vida ou morte é fato comum nesta situação, ficando ainda mais intensa nos casos não solucionados. Trata-se de um cenário no qual o tempo é o pior inimigo.
A criação da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) foi um alento diante do cenário desfavorável. Familiares de desaparecidos, incluindo as crianças, passaram a ter uma referência em relação às ocorrências, contando com um órgão de ação mais específica, setorizada. Trata-se de uma abordagem especializada. A utilização de técnicas como a progressão digital de idade, realizadas pelo Núcleo de Envelhecimento da unidade policial, são um exemplo. Porém esta estrutura ainda não é suficiente para solucionar determinados casos.
Um ponto positivo no Rio de Janeiro é que a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) já atuou na localização de mais de 3 mil crianças. Tendo como referência o mês de janeiro de 2021, a entidade divulgou neste período, até o dia 24, a localização de 11 crianças com idade de 8 a 16 anos, desaparecidas entre os dias 11/12/2020 e 22/01/2021. Destaca-se que entre estas ocorrências concluídas houve uma exceção, cuja resolução foi mais demorada. Trata-se de uma menor que tinha o paradeiro ignorado desde setembro de 2019. A atuação da FIA também ajudou em um caso além das divisas do estado. Uma menina desaparecida em Belo Horizonte está entre as crianças localizadas.
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