sábado, 3 de outubro de 2015

SEQUESTROS EM SÉRIE NO RIO

   


   Os casos de desaparecimentos das menores aconteceram entre 2002 e 2009. Critérios de beleza, idade e condição social eram levados em conta. O sequestrador também fazia um estudo sobre os hábitos das crianças. Não foi descartada a possibilidade do oficial ter embarcado com as meninas.



    Thaís de Lima Barros desapareceu, aos 9 anos de idade, em Vila Kenedy, zona oeste do Rio de Janeiro. Era dia 22 de dezembro de 2002, quando a menina foi vista pela última vez, em uma feira livre. Ela saiu para comprar sorvete e foi abordada por um homem, que, surpreendentemente, chamou-a pelo nome, oferecendo uma cesta de alimentos. Tudo leva a crer que pressionada, a criança aceitou acompanhar o estranho. Esta hipótese ganha força, a partir do momento em que o vendedor de sorvetes afirmou ter notado  a menina tensa. A própria mãe de Thaís, Elisabete de Lima Barros, declarou, em depoimento, que acreditava na possibilidade da filha ter sido coagida. Ainda acrescentou que amedrontada, Thaís deve ter cedido à abordagem do desconhecido.

      


    O surgimento de um suspeito foi resultado do trabalho de  Wal Ferrão, presidente do Portal Kids. Através de uma detalhada investigação jornalística - durou 10 anos e gerou um dossiê sobre desaparecimento em série de meninas no Rio - , descobriu que um homem  estava ligado a vários casos. Trata-se de Fernando Marinho de Melo. Além do caso de Thaís, indícios apontavam que ele poderia estar envolvido em várias outras ocorrências de desaparecimento de crianças, ao todo 17, entre as quais estava Larissa Gonçalves, desaparecida em 2008, aos 11 anos, sequestrada dentro de casa por um falso técnico de televisão.
     





   O caso Larissa Gonçalves merece destaque,   pois Fernando Marinho Melo, oficial da Marinha de 57 anos de idade, foi condenado a 4 anos de prisão pelo desaparecimento da garota de 11 anos. Pesaram sobre ele as acusações de furto qualificado, sequestro e cárcere privado. Posteriormente, a defesa do militar recorreu, mas o Ministério Público aumentou a pena para 7 anos. Apesar disto, Fernando nunca ficou preso. Cumpriu apenas medidas socioeducativas. Ele nega todas as acusações.
  





   Os casos de desaparecimentos das menores aconteceram entre 2002 e 2009. Critérios de beleza, idade e condição social eram levados em conta. O sequestrador também fazia um estudo sobre os hábitos das crianças. Não foi descartada a possibilidade do oficial ter embarcado com as meninas. Até hoje as mães das crianças desaparecidas não sabem o que aconteceu com as filhas. Inclusive, a audiência do caso Thaís de Lima Barros, realizada em março deste ano,  foi fechada às mães. Elas não puderam acompanhar o interrogatório do suspeito.
      
      
      

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