"A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro realizou uma live no dia 30 de março em razão da Semana da Mobilização Nacional para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida - 25 a 31 de março -."
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro realizou uma live no dia 30 de março em razão da Semana da Mobilização Nacional para a Busca e Defesa da Criança Desaparecida - 25 a 31 de março -, instituída pela lei federal 12393/2011. O encontro marcou a primeira ação do recém-criado Comitê de Pessoas Desaparecidas. Entre os participantes da reunião, mediada por Márcio Carvalho - coordenador da Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas - , estavam Jovita Belfort - superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas - , Luciene Pimenta Torres - representante do Mães Virtuosas - Luiz Henrique - gerente do SOS Crianças Desaparecidas - e o Doutor Rodrigo Azambuja - Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro -.
No decorrer do encontro, Luciene Torres expôs a complexidade de uma investigação, envolvendo o desaparecimento de uma criança. Ela viveu esta experiência em 2009, quando sua filha, Luciane, desapareceu em Nova Iguaçu, aos 9 anos de idade. Justamente este episódio e a vivência de outros casos de desaparecimento de crianças que chegaram ao conhecimento do Mães Virtuosas, levou-a à conclusão de que a Polícia Civil e a Polícia Militar não têm cultura para buscar desaparecidos. Daí a proposta de incluir as Guardas Municipais nos trabalhos de busca e localização das crianças desaparecidas. A Guarda Municipal do Rio de Janeiro, por exemplo, possui um centro operacional de grande utilidade, que, conforme expõe o site da instituição, ajuda em casos de crianças perdidas.
O pedido de uma delegacia especializada para a região da Baixada Fluminense, comporta 60% dos casos de desaparecimento de pessoas no estado, também estava na pauta. Atualmente A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) tem responsabilidade acerca das investigações, por meio do setor de desaparecidos. Porém é uma delegacia de homicídios, fato que à primeira vista causa choque nos familiares, principalmente nas mães, pois um simples telefonema do órgão já é automaticamente associado ao encontro de um corpo, quando na realidade o objetivo é localizar a criança com vida.
Jovita Belfort despediu-se do grupo, em suas considerações finais, com um discurso que retratou o sofrimento das mães de crianças desaparecidas de maneira muito profunda. Afirmou que estas mães, inclusive ela, "enterram um filho todas as noites." As palavras mostram o peso do sofrimento que faz parte do cotidiano desta guerreira, que fez da própria dor um motivo para seguir em frente, auxiliando outras mães que se encontram em situação semelhante.