O sumiço dos meninos de Belford Roxo, certamente pelas características particulares e atípicas, considerando os casos de desaparecimento em geral, veio chamar a atenção do grande número de ocorrências semelhantes na Baixada Fluminense. A região concentra o maior número de desaparecidos no estado do Rio de Janeiro. Soma 60% dos casos, incluindo as crianças. Já foram abordados aqui no CCDesap o caso citado e o desaparecimento de uma menina de 12 anos, Rebeca Fernandes Monteiro, no município de Nova Iguaçu, além de outras ocorrências ainda mais antigas, insolúveis há mais de 10 anos.
Luciane Torres da Silva é um exemplo. Desapareceu em 30/8/2009, aos 9 anos, no município de Nova Iguaçu, altura do Km 32. A menina foi à padaria e não retornou para casa. O paradeiro da menor, hoje uma adulta com aproximadamente 22 anos, é ignorado há mais de uma década. Informações sobre o paradeiro da jovem devem ser repassadas ao SOS Crianças Desaparecidas - (21) 2286-8337 - , ao Disque Denúncia - (21) 2253-1177- ou à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) - (21) 2202- 0338-.
É importante, muito relevante, a divulgação de um caso de desparecimento, seja recente ou antigo. Obviamente as chances de resgate da criança desaparecida há pouco tempo são maiores. As primeiras 72 horas são fundamentais para a localização de um desparecido, mas as chances de resolução da ocorrência existem, mesmo além deste período estabelecido. A prova disto é o caso de um jovem morador do Morro do Alemão, desaparecido em dezembro de 2020, no município de Niterói / RJ . O menino de 14 anos foi encontrado com vida e retornou ao convívio familiar, mesmo com as as investigações sendo iniciadas com atraso, pois a família foi erroneamente orientada na delegacia a aguardar 24 horas para o registro ser feito. A Lei da Busca Imediata foi Ignorada.
Sobre a Lei da Busca Imediata - Lei 11259/05 - , tanto na Baixada Fluminense, quanto na capital Rio de Janeiro,existem negligências em relação a esta. Não há cumprimento da lei por parte de certas autoridades, que impõem aos familiares de desaparecidos, a burocracia de aguardar 24 horas para efetuar o Registro de Ocorrência. A atitude se torna mais desumana, a partir do momento em que a situação requer ação por parte das autoridades competentes, dentro de um curto espaço de tempo, no qual as pistas ainda estejam presentes, facilitando os trabalhos de busca e, consequentemente, viabilizando a localização da criança. Sobre este cenário, a mãe de Luciane Torres da Silva, Luciene Pimenta Torres, declarou: " As famílias dos desaparecidos continuam vítimas de atendimentos precários e descasos nas delegacias, que continuam reproduzindo o mito das 24 horas".
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