quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

MENINOS DE BELFORD ROXO: MAIS UM CASO MARCANTE SEM SOLUÇÃO?





"O desaparecimento dos meninos de Belford Roxo, infelizmente, tem a possibilidade de se tornar um caso emblemático sem solução, figurando ao lado de sumiços de grande apelo  que não tiveram as investigações concluídas".





    O desaparecimento dos meninos de Belford Roxo - Lucas Matheus da Silva, Alexandre da Silva e Fernando Henrique Ribeiro Soares -, respectivamente 8, 10 e 11 anos de idade, está próximo de completar 2 meses. Foram avistados pela última vez, no dia 27/12/2020. Não há qualquer informação sobre o paradeiro dos menores. Os familiares fazem buscas paralelamente à polícia, já sofreram até acidente de carro na Avenida Brasil, mas não têm êxito. A falta de respostas persiste, apesar da grande quantidade de informações que chegam aos órgãos competentes. Na maioria das vezes são falsas.  Este cenário leva a uma direção preocupante, que ganha mais força com o passar do tempo, expondo indícios de que o caso está longe de ser solucionado.














    Trata-se de uma ocorrência atípica, 3 crianças desaparecidas simultaneamente sem deixar rastros. A polícia já fez inúmeras diligências, chegou a trocar tiros com traficantes no morro Castelar, mas não chegou aos garotos. O envolvimento de um suspeito foi descartado e uma suposta participação do tráfico  foi cogitada, dentro da investigação oficial. À parte, Rafael Alcadipani, especialista em segurança da Fundação Getúlio Vargas (FGV), levantou a hipótese de que o sumiço dos meninos estivesse ligado a uma possível ação da milícia.





    O Governador Cláudio Castro disponibilizou reforços para as equipes de investigação. Nas redes sociais se manifestou sobre o caso. Prestou solidariedade às famílias e pediu que a população informasse a polícia, caso tivesse pistas do paradeiro do trio de menores. O Governo do Estado também se faz presente através da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Esta última sediou reunião, no início de fevereiro, entre os familiares dos menores desaparecidos,  o Secretário Bruno Dauaire, e a Superintendente de Enfrentamento de Pessoas Desaparecidas Jovita Belfort. Também participou por videoconferência a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos Damares Alves. A assistência às famílias e as ações imediatas relativas ao caso fizeram parte da pauta.




    O fato é que nem a intervenção direta das autoridades trouxe à tona uma resposta. Fevereiro já está no fim e não houve alteração no cenário da ocorrência. O desaparecimento dos meninos de Belford Roxo, infelizmente, tem a possibilidade de se tornar um caso emblemático sem solução, figurando ao lado de sumiços de grande apelo  que não tiveram as investigações concluídas. Considerando o Rio de Janeiro, temos o caso Carlinhos, arrebatado de casa em 1973, e os sequestros em série de meninas, ocorridos entre 2002 e 2009 , que tiveram o sequestrador identificado, mas este jamais foi preso e as vítimas nunca foram encontradas. Diante destas referências as perspectivas são desanimadoras, mas  atualmente as condições estruturais dos trabalhos de busca e localização são muito maiores. Evoluíram, comparadas ao período das ocorrências anteriores, incluindo-se neste âmbito os meios de comunicação. Haja vista que a implantação de um sistema semelhante ao Alerta Amber é iminente. Uma ação necessária em um Estado que registra maior número de desaparecimentos do que de homicídios culposos.





        

Nenhum comentário:

Postar um comentário