quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A BABY DOE BRASILEIRA

      







 Em 16 de abril de 2014, o DHPP de São Paulo divulgou um trabalho de arte forense que retratava o rosto de uma criança, não identificada, encontrada morta ainda em 2012,  na zona sul da capital. É provável que a menor tivesse entre 7 e 8 anos de idade.



      O caso da menina encontrada morta em Boston, Estados Unidos,  em maio deste ano,  ficou conhecido em todo o mundo. Na internet, a criança, que teve o rosto reconstituído através de um programa de computador, obteve milhões de vistas  nas redes sociais. O rostinho, até então sem identificação, passou a ser conhecido como Baby Doe. No decorrer do processo investigativo foi cogitado que uma criança desaparecida no Brasil, Emily Miranda Anacleto, poderia ser a vítima, hipótese descartada posteriormente. Tempos depois, a polícia americana chegou à identificação da menina. Ela era Bella Neveah Amoroso Bond. O rosto passou a ter uma história e um nome.









         No Brasil, um caso semelhante veio à tona em 2014. O apelo popular não foi grande, conforme ocorreu com Baby Doe, mas chamou a atenção das pessoas envolvidas com a causa das crianças desaparecidas e dos sites especializados. Em 16 de abril de 2014, o DHPP de São Paulo divulgou um trabalho de arte forense que retratava o rosto de uma criança, não identificada, encontrada morta ainda em 2012,  na zona sul da capital. É provável que a menor tivesse entre 7 e 8 anos de idade. O retrato foi divulgado pelo delegado-geral da Polícia Civil Luiz Maurício Souza Blazeck e pela diretora do DHPP, Elisabeth Sato.











     O desenvolvimento do trabalho de reconstituição da face do cadáver da criança foi bastante complexo. Contou com uma tomografia computadorizada do crânio, feita pelo IML, e com impressões em  3D, feita pelo  Instituto de Tecnologia Biofabris da faculdade de engenharia da UNICAMP.  Esta estrutura resultou em um trabalho de imagem detalhado que, segundo o coordenador do Laboratório de Arte Forense do DHPP, Sidney Barbosa,  apresenta 80% de aproximação do real. Vale destacar que o corpo da menina permaneceu no IML  até a conclusão do retrato.
    







         Até então, mais de um ano após a divulgação do retrato e 3 anos após a descoberta do cadáver da criança, o objetivo de identificar a Baby Doe brasileira não foi alcançado. Ninguém apareceu para fazer o reconhecimento. Para piorar a situação, não existe um registro de desaparecimento infantil, cuja a vítima apresente características semelhantes à menina do retrato. Estas dificuldades comprometem não só a identificação da criança, como também a identificação do assassino. O caso permanece em aberto e as perspectivas para a conclusão da ocorrência são desanimadoras, a partir do momento  em que a polícia demora muito para encontrar respostas. Infelizmente, diante deste quadro,  tudo indica que a identificação da Baby Doe brasileira virá, se vier, a longo prazo.

       

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