"No Rio de Janeiro, as manifestações pelo Dia Internacional da Criança Desaparecida aconteceram no centro da cidade. O público reduzido, consequência da pandemia, não refletiu a importância do evento. Haja vista que o ato das mães foi coberto por grande parte da imprensa, permitindo que elas, com suas próprias palavras, contassem o drama que vivem ao grande público".
O Dia Internacional da Criança Desaparecida, 25 de maio, data do desaparecimento de Etan Patz, 6 anos, em 1979, na cidade de Nova York, foi lembrado no Brasil. O @ccdesap teve acesso em tempo real às manifestações no Rio de Janeiro, em contato com Luciene Torres, presidente do Instituto Mães Virtuosas do Brasil, acompanhando o ato pelas crianças desaparecidas na Praça XV e em frente à Assembléia Legislativa.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, segundo informação do deputado estadual Márcio Nakashima (PDT/SP), expõe que em 2020 ocorreram no Brasil 79 mil casos de desaparecimento. Deste total, 40 mil pessoas não foram encontradas. As crianças e adolescentes compõem 40% deste grupo. Porém a quantidade ainda é maior, pois existe a subnotificação de casos. As informações trazidas a público expõem apenas em parte a dimensão de um problema que é ignorado por grande parte da sociedade. Daí a necessidade de divulgar estas ocorrências, conforme fazem vários movimentos de mães de desaparecidos pelo Brasil.
No Rio de Janeiro, as manifestações pelo Dia Internacional da Criança Desaparecida aconteceram no centro da cidade. O público reduzido, consequência da pandemia, não refletiu a importância do evento. Haja vista que o ato das mães foi coberto por grande parte da imprensa, permitindo que elas, com suas próprias palavras, contassem o drama que vivem ao grande público. Também foi feito um apelo às operadoras de telefone para que aderissem ao Alerta Pri, conforme determina a lei 9182/2021, assinada em março deste ano pelo governador Cláudio Castro, referente à criação de uma rede com estrutura baseada no Alerta Amber americano.
Somente no estado do Rio, segundo a Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), tomando por referência o período de janeiro a maio de 2021, 70 crianças desapareceram. Destes casos, 18 estão sem solução e 52 ocorrências foram concluídas com a localização dos menores. Nas entrevistas veiculadas no decorrer do dia, Luciene Torres, presidente do Instituto Mães Virtuosas do Brasil e mãe de Luciane Torres, desaparecida aos 9 anos, em agosto de 2009, falou o quanto é importante a união do público em torno da causa dos desaparecidos, a partir do momento em que qualquer um pode passar por esta experiência dramática. Ela disse: "Abrace esta causa, antes que ela te abrace".
Nenhum comentário:
Postar um comentário