segunda-feira, 19 de abril de 2021

AS SUBNOTIFICAÇÕES NO UNIVERSO DOS DESAPARECIDOS

  





"Trazendo o contexto das subnotificações para uma abordagem mais específica, focando o desaparecimento de crianças, a estimativa oficial é  que 40 mil menores desaparecem por ano no Brasil,  os dados se tornam mais alarmantes e as preocupações se intensificam com a existência de um maior número de casos. O quadro é muito mais difícil do que parece".

    Entre  2018 e 2019, o Brasil registrou oficialmente 157.182 mil desaparecimentos.  Os dados foram publicados no 14º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Porém estes números são estimativas.  Indícios apontam que a quantidade de  desaparecimentos no país é maior. Muitas pessoas não fazem o Registro de Ocorrência (R.O.) quando um familiar some. Portanto os dados oficiais, referências para ações de combate ao desaparecimento de pessoas, não condizem com  a realidade. 



    Estas informações oficiais expõem a realidade em parte e refletem diretamente nas  medidas preventivas colocadas em prática. Elas são planejadas para atender um número menor de cidadãos, pois o problema é exposto em parte. Considerando que dentro do contexto conhecido deste universo já existem  dificuldades significativas para corresponder às expectativas de localização de alguém desaparecido, em um cenário ampliado, mais próximo da situação verdadeira, a limitação ficará ainda maior.



*Estatísticas das principais causas de desaparecimento expostas no site do MPRJ, atualizado em 6/4/2021.


 Segundo Ivanise Esperidião da Silva - Mães da Sé - declarou à reportagem do UOLestima-se que 200 mil pessoas desaparecem anualmente no Brasil. A informação é baseada em  uma pesquisa da Universidade de Brasília, solicitada pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos, realizada no final da década de 90. O trabalho, que integra a Rede Virtual de Bibliotecas, tem quase 30 anos. É certo que estes números aumentaram, acompanhando o crescimento da população. Haja vista que entre 2007 e 2016, somente entre os casos contabilizados, foram registrados , em média, 69 mil desaparecimentos por ano. Acrescente a esta marca as ocorrências ignoradas. 




     Trazendo o contexto das subnotificações para uma abordagem mais específica, focando o desaparecimento de crianças, a estimativa oficial é  que 40 mil menores desaparecem por ano no Brasil,  os dados se tornam mais alarmantes e as preocupações se intensificam com a existência de um maior número de casos. O quadro é muito mais difícil do que parece. Basta dizer que os recursos até então adotados, têm sido insuficientes para atender à demanda de casos registrados. Daí a necessidade de modernizar os instrumentos de combate ao desaparecimento de pessoas já existentes ou criar novos artifícios que venham, ao menos, influenciar positivamente no processo investigativo destas ocorrências das quais as autoridades estão cientes.
        




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