terça-feira, 18 de agosto de 2015

AS CRIANÇAS DO PLANALTO







 "Vários erros de investigação comprometeram o êxito do caso das crianças do Planalto. Ainda em 2012, Márcio Delgado - ele é um dos delegados que já esteve à frente das investigações – declarou que a passagem de tempo comprometeu provas importantes que seriam fundamentais para solucionar o mistério."







     O bairro do Planalto, localizado em Natal, Rio Grande do Norte, foi palco de um dos casos mais marcantes na história da crônica policial brasileira, envolvendo o desaparecimento de crianças. Vários menores foram retirados de casa, enquanto dormiam, entre os anos de 1998 e 2001. Ao todo foram cinco crianças que desapareceram. Moisés Alves da Silva – desaparecido,com apenas 1 ano, em 29 de novembro de 1998 - , Joseane Pereira dos Santos –desaparecida aos 8 anos, em 30 de janeiro de 1999 - , Yure Tomé Ribeiro –desaparecido, aos 2 anos,  em  4 de janeiro de 2000 – Gilson Lima da Silva -  desaparecido, aos 2 anos, em 9 de abril de 2000 -  e Marília Silva Gomes – desaparecida, aos 2 anos, em 21 de dezembro de 2001 -.
     


      As investigações apontam  que o tráfico de crianças foi a causa dos sequestros no bairro do Planalto.Por isto, membros da CPI do Tráfico Nacional e Internacional de Pessoas do Senado, liderados pela senadora Vanessa Graziotin( PcdoB / AM), presidente da comissão,  estiveram  em Natal por 2 vezes. Em 3 de dezembro  de 2012, realizaram a segunda audiência pública na Assembleia Legislativa do estado. Familiares das crianças desaparecidas participaram do evento, assim como várias autoridades  do estado ligadas à segurança. O então secretário de segurança pública, Aldair da Rocha, estava presente. O foco era  encontrar um caminho para a elucidação dos desaparecimentos. Cobranças foram feitas à polícia local, pois não havia respostas sobre o caso, apesar da reabertura do inquérito em 2011. Outros pontos abordados foram a  inclusão da Polícia Federal nas investigações e a transferência do caso para a Delegacia de Capturas (Decap).
    







     Em março de 2014, a Igreja, impulsionada pelo tema da Campanha da Fraternidade da época – tráfico de pessoas – exigiu uma conclusão para o caso das crianças do Planalto. O desaparecimento dos menores foi lembrado em um cerimônia na Paróquia do Planalto, bairro em que ocorreram os sequestros. O encontro contou com a presença de parentes dos desparecidos. A secretária da Campanha católica no Rio Grande do Norte, Tafnes Nóbrega, declarou: “Como o tema deste ano é fraternidade e tráfico humano, a Igreja Católica está cobrando uma solução para o caso.” O apelo da instituição não adiantou. Até então, as crianças envolvidas neste mistério permanecem com os paradeiros ignorados. A única novidade em relação ao fato foi a divulgação, por parte da polícia, de uma foto atualizada da menina Joseane Pereira dos Santos.
      




      Vários erros de investigação comprometeram o êxito do caso das crianças do Planalto. Ainda em 2012, Márcio Delgado - ele é um dos delegados que já esteve à frente das investigações – declarou que a passagem de tempo comprometeu provas importantes que seriam fundamentais para solucionar o mistério. Até depoimentos foram perdidos. Muitas testemunhas morreram. Os erros cometidos no início das investigações dificultaram ainda mais  o fechamento do caso.  O policial ressaltou que um casal considerado suspeito – o americano Jefrey Allan Preuuz e a brasileira Arlete Cury Mahs -  não teve a suposta participação nos sequestros apurada. Os investigadores não trabalharam com esta possibilidade. A falta de estrutura da polícia e o descaso dos governos também foram lembrados como fatores prejudiciais ao desenvolvimento das investigações do caso,  até hoje sem solução.




*Próxima atualização, quinta-feira.


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